A
teoria das cores é um assunto muito complexo e falar sobre ela tomaria mais
tempo e espaço do que eu tenho e exigiria mais conhecimento técnico também.
Mesmo assim, vou fazer um resumo, já que quem quer ser pintor tem de saber o mais
que puder sobre cores.
Falando
de modo estritamente científico, cor é a interpretação que o nosso cérebro faz
da remissão de luz vinda de um objeto. Ou seja, uma fonte de luz, como o Sol,
envia ondas eletromagnéticas que se refletem em um objeto, a parte visível
dessas ondas é captada por nossos olhos e enviada a nosso cérebro que
interpreta esse fenômeno como cor. O espectro de ondas eletromagnéticas visível
a que chamamos de luz branca é composto, na verdade, pela mistura de sete
cores: violeta, azul, ciano, verde, amarelo, laranja e vermelho, em ordem da
onda mais curta para a mais longa. Isso é facilmente comprovado quando
dividimos a luz solar fazendo-a passar por um prisma, ou quando essa luz passa
através de gotículas de água criando o que chamamos de arco-íris.
Apesar
do que foi dito acima, a cor não é um fenômeno físico, ela é antes um fenômeno psicofisiológico,
de caráter subjetivo e individual, uma vez que cada ser vivo, e cada pessoa,
percebe a cor a sua maneira. Devido ao fato de que a percepção das cores pode
causar diferentes sensações, ela tem uma série de implicações na psicologia e é
amplamente explorada pela publicidade. Cada cultura tende a criar seu próprio
código de cores, associando cada cor a uma sensação específica. Na cultura ocidental,
por exemplo, o vermelho simboliza a paixão; o branco, a pureza; o verde, a
esperança e assim por diante.
Ao longo da história, as cores têm sido estudadas por grandes mentes das
artes, das ciências e até da filosofia. Indo de Aristóteles, passando por Da
Vinci e Newton e chegando até Goethe, muitas foram as teorias tecidas para
explicá-las e muitos os métodos criados para usá-las de maneira mais adequada,
mas, como dito no começo deste texto, não há tempo ou espaço suficiente para
todas elas aqui. Se você quer se aprofundar nessa matéria, recomendo um dos
livros mais abrangentes e explicativos sobre o tema: “Da cor à cor inexistente”,
de Israel Pedrosa; ou acompanhe as próximas postagens, comente, pergunte,
sugira.